quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

O dia terminou. Ou não. Não dá saber aqui do quarto escuro, vazio e silencioso, que muito se assemelha a mim. Venho me perguntando já faz algum tempo: o quê nos mantém vivos? Não, sério, o que realmente me mantém aqui? Sinceramente, eu não sei. "Seja bonito, seja simpático, seja inteligente, passe no vestibular, acumule riquezas, tenha um relacionamento digno, seja feliz, tenha um corpo perfeito, seja isso, seja aquilo"... Muita pressão de todos os lados, e quando você se dá conta, você não se acha bonito, você tem dias de mau humor e não quer ser simpático. Ou não consegue ser um gênio que passa no vestibular de medicina, é pobre, é infeliz, seu relacionamento vai de mau a pior e nada no mundo consegue fazer você ter ao menos uma coisa digna. 
Então, por que estou viva, se é tão fácil deixar de viver? Basta algum veneno, ou uma corda... Eu poderia muito bem fazer isso. Poderia, mas não quero. Talvez seja o amor, porque parece que o amor é a resposta pra tudo nesse mundo. Por que você está feliz? Amor. Por que você está triste? Amor.
Porque você pode estar no fundo do poço, mas se você ama alguém, e esse alguém te ama, você esquece o resto, e mesmo se não for correspondido, mesmo se não der certo ou houver decepção, sempre haverá aquela esperança de um dia ter alguém, ou aquele alguém para poder fazer feliz, porque afinal, a nossa felicidade está na felicidades de quem amamos. Então talvez seja isso. É difícil viver, é difícil agradar a todos e realizar seus sonhos, é difícil amar e ser amado na mesma intensidade... Mas se fosse fácil, talvez eu teria menos motivos para continuar viva, talvez perderia a graça, porque sofrimento faz parte, nos faz crescer e etc. Tirar minha vida seria muito fácil, e mesmo que seja difícil achar motivos para continuar viva, eu vou vivendo e superando, sempre (quase nunca) de cabeça erguida, porque afinal, a "vida continua e se entregar é uma bobagem". 

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Eu tenho raiva de você, mas tenho mais raiva de mim. Porque eu não consigo sentir raiva de você, não consigo ficar sem você e não consigo parar de te amar. Odeio quando você some e me ignora, finge que eu não existo, e odeio quando você aparece com um "me desculpa" achando que vai ficar tudo bem. E na verdade, acaba ficando mesmo, porque eu sou fraca. Odeio seu modo de sempre ter o total controle da situação e ser forte, orgulhoso. Odeio te amar tanto, odeio te amar mais que tudo e não conseguir viver sem você, odeio e odeio.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

"Estou te escrevendo para te lembrar da gente. Sei que faz muito tempo, que a gente perdeu o contato, mas sinto falta. E agora, em um momento de loucura talvez, estou escrevendo para te lembrar também. Te lembrar de como nós crescemos juntos e como isso mudou e não existe mais. Você morava aqui perto de casa e a gente se conheceu na rua, brincando desde pequenos. Eu saia com minha bola, você com seu peão, e a gente se divertia, corria e chegava em casa plenamente sujos. Você comia bolo na minha casa, eu dormia na sua. Foi uma infância maravilhosa do seu lado. Crescemos e entramos na escola, éramos até então indesgrudáveis, se é que essa palavra existe. Chegou a adolescência e ficamos mais amigos do que nunca... tínhamos alguns colegas no nosso grupo, mas eu e você sempre fomos mais unidos que todos. Eu fazia trabalho na sua casa, e quando sua família viajava, eu ia também. Você costumava brincar com meu cachorro, nadar em casa, me dar conselhos. Ah, sim, os conselhos... Os melhores do mundo! A gente entrou naquela fase de começar a paquerar, gostar das pessoas, sair. Você me ajudava com os meninos e eu te ajudava com as meninas, apesar de ter um ciumes enorme e inexplicável. E aí começou a ficar estranho. O que me unia a você não era mais só amizade, eu sentia mais alguma coisa. Não admitia de jeito nenhum, mas eu tinha tantos problemas com os meninos porque eu sabia que eu não queria nada com eles, só com você. E eu comecei a ficar com medo desse sentimento. A gente ficou tão unido a ponto de não conseguir ficar um dia sequer sem se ver. Passeávamos no parque, deitávamos embaixo das árvores e meu amor só crescia. E eu sei que para você eu era assim também. Até que chegou a época que éramos como namorados, de andar de mãos dadas, passar muito tempo juntos... Mas nunca admitimos nosso amor, nunca nos beijamos. E a vontade que eu tinha de te beijar crescia e perdemos muitas oportunidades, por vergonha talvez. E daí, um dia que era para ser normal, eu te esperava na rua e você não apareceu. Esperei o dia inteiro, a noite inteira, mas você tinha sumido. Na sua casa não tinha ninguém, e isso me perturbava  Até que minha mãe veio me contar que seu pai faleceu e que você e sua mãe, junto com seus irmãos, tinham ido morar com seus avós, em outro estado. Aquilo para mim foi o fim. Eu fiquei sem saber o que fazer, não comia, não dormia. Não entendia como você podia ter me deixado de uma hora para outra, logo quando tudo estava tão bem. Eu chorava o dia inteiro, sentia um aperto tão grande no peito, um desespero tão grande que eu não sei como sobrevivi. Minha mãe me mudou de escola para ver se eu esquecia, me levou no médico, porque eu não saia da cama. Mas nada que ela ou outra pessoa fizesse, me faria esquecer a dor, a sua perda, tudo o que passamos juntos. A dor era insuportável  eu só queria ter você de novo, sair na rua e te encontrar lá, me esperando com aquele sorriso quente. Eu não tinha ideia do tamanho do meu amor, mas quando você partiu e me deixou sem nenhuma despedida, com o coração na mão, eu vi que era impossível viver sem você, e que me arrependia de nunca ter te dado nenhum beijo, para recordar. E aquilo perdurou por um longo tempo, até eu começar a esquecer. Você sempre esteve na minha mente, mas eu comecei a viver, sair, namorar. Nunca te esqueci, mas sabia que você tinha me esquecido há muito tempo já. Só que agora eu não aguento mais, sei que estou grande, adulta, mas sempre quis te dizer uma coisa que eu sempre senti mas nunca te disse. E sabia que você sabia, mas nunca te disse, assim, com todas as palavras. Perdemos contato, nunca mais nos veremos, mas eu preciso te dizer que eu te amo. Sempre te amei, como amigo, como amor, como namorado. Mas nunca te disse, então, agora, nesse momento de loucura, te escrevo para te lembrar que eu sempre te amei e que você foi a pessoa mais importante que passou pela minha vida e que eu nunca vou te esquecer e que eu sinto tanta saudade, mas tanta saudade, que ninguém no mundo poderá preencher, porque só você me entende, só você me conhece melhor que eu. Eu sinto falta da gente, sinto falta do nosso amor, e para sempre vou sentir."


Para os amigos em sofrimento.


As coisas são complicadas. Você sofre e aprende, e chega uma hora que você vê alguém que gosta sofrendo também e esquece como conseguiu superar quando era com você. E aí você sabe que quaisquer palavras que você disser não amenizarão aquela dor que também te causa dor. Você quer entrar na cabeça da pessoa e desligar o botãozinho ignitor daquele sofrimento, apagar uma memória, acrescentar alguma força. Mas sabe que é impossível. Daí você volta a sofrer, pela pessoa. 
Só queria deixar escrito, comprovado e assinado, que vocês, pessoas que eu tenho no meu coração, não sofram. Deem o melhor de si para se superarem, sejam fortes e coloquem um sorriso no rosto, porque o sofrimento de vocês também me causa dor. E eu posso ajudar... posso não ser muito útil, mas posso oferecer um ombro, uma brincadeira, um carinho. Não sou boa em conselhos, mas posso tentar. A gente pode assistir um filme bobo de sessão da tarde, fazer tranças no cabelo, jogar vídeo games, comer brigadeiro! Olha só o que eu posso oferecer, esquece essa dor malvada, saia, se divirta, seja feliz por você e mais ninguém, e eu serei feliz também. Esquece o que te faz mal, dê valor ao que te faz bem, se ame e ame o mundo. Faça qualquer coisa que te deixe bem, só não me deixe ver essa lágrima no seu rosto mais uma vez.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

"Cada qual sabe amar a seu modo; o modo, pouco importa; o essencial é que saiba amar."

domingo, 23 de setembro de 2012

Você insistia em dizer que nossa diferença estava no estilo de vida, no gosto cultural, e tudo quanto se podia contar. Mas a verdadeira grande diferença entre nós dois, querido, é que você consegue ficar sem mim. E eu não consigo ficar sem você.

sábado, 22 de setembro de 2012


Eu ando pela casa de um lado para o outro, sem saber o que fazer, sem saber onde parar. O cabelo despenteado, pijama no corpo o dia inteiro. O dia sem você, não parece dia. O dia sem sua mensagem, sem notícias suas, parece mais uma morte. Eu fiquei esperando alguma mensagem, mesmo sabendo que era em vão, que ela nunca chegaria. Não sei porque eu ainda tenho esperanças... Não sei onde você passou o dia, o que você fez, como você está sem mim, se está sofrendo como eu estou. Certamente que não. É horrível não saber de você. É horrível tudo isso. Eu imploraria que você aparecesse, nem que fosse só para eu te ver mais um vez, mas estou ficando cansada. Essas quase lágrimas que lutam comigo para cair a cada hora do dia, esse aperto, toda essa dor machuca muito. Eu não consigo ser eu sem você, não consigo pensar, relaxar, nem nada disso. Só queria que você voltasse. E como você não volta, só me resta cair de boca nesse sofrimento, nessa saudade.